Doença Venosa Crônica

Pernas levantadas em cima de uma rede

Doença Venosa Crônica

A doença venosa crônica dos membros inferiores é o distúrbio vascular mais comum. A doença venosa crônica refere-se à presença de anormalidades morfológicas (dilatação venosa) ou funcionais (refluxo venoso) de longa duração e manifestadas por sintomas e/ou sinais indicando a necessidade de investigação ou tratamento.

Fatores de risco para doenças venosas: 

      – Idade avançada 

      – Histórico familiar de doença venosa 

      – Aumento do índice de massa corporal 

      – Tabagismo 

      – Histórico de trauma nos membros inferiores 

      – Trombose venosa prévia 

      – Gravidez.

O paciente que não possui fatores de risco identificáveis pode ter sofrido um trauma remoto nos membros inferiores que não se lembra, ou uma trombose venosa profunda não diagnosticada (TVP).

SINTOMAS: os sintomas mais comuns relatados por pacientes com doença venosa crônica são desconforto nos membros (isto é, cansaço, pernas pesadas), dor e inchaço dos membros. A dor pode ser generalizada ou localizada. Além disso, pode haver áreas de lipodermatosclerose (endurecimento e hiperpigmentação da pele) ou ulceração. Quando a dor acompanha manifestações clínicas mais graves, o caminhar pode se tornar difícil ou até impossível.

A dor associada à doença venosa é tipicamente pior quando se está em pé ou sentado com os pés dependentes por períodos prolongados e melhora com a elevação dos membros e a marcha. Essas características distinguem a doença venosa crônica dos sintomas típicos associados à doença arterial periférica (DAP) oclusiva dos membros inferiores. Pacientes com DAP leve a moderada nos membros inferiores queixam-se de dor ao caminhar, aliviada pelo repouso, enquanto aqueles com DAP mais grave podem se queixar de mais dor quando o membro está elevado.

O inchaço da extremidade é relatado por 25 a 75% dos pacientes e se correlaciona com o aumento da gravidade clínica. O inchaço é geralmente pior com pé pendente e melhora com a elevação das pernas e a caminhada. Nas mulheres, a exacerbação dos sintomas pode ocorrer com a menstruação ou a gravidez, devido ao aumento do volume de líquidos e/ou níveis mais altos de estrogênio na circulação.

Outros sintomas incluem dor nos membros ou fadiga generalizada, descoloração ou vermelhidão da pele, cãibras musculares, dormência, formigamento ou coceira. 

Alguns pacientes com doença venosa crônica podem procurar atendimento médico pela primeira vez devido a úlceras crônicas ou sangramento espontâneo (hemorragia varicosa) ou relacionado a uma ferida. A prevalência de úlceras venosas que não cicatrizam por mais de um ano foi relatada em 55 a 60% dos pacientes com doença venosa crônica.

SINAIS CLÍNICOS

  • Sem sinais clínicos: aproximadamente 20% dos pacientes com sintomas clínicos consistentes com um distúrbio venoso crônico não apresentam sinais clínicos visíveis.

  • Telangiectasia/veias reticulares: a manifestação mais frequente da doença venosa é a dilatação venosa leve, são veias fininhas que aparecem na pele.

  • Varizes: as varizes são veias tortuosas dilatadas subcutâneas com mais de três milímetros de diâmetro.

  • Edema: a doença venosa de longa data associada ao refluxo venoso é caracterizada pelo desenvolvimento de edema (inchaço) no tornozelo, que pode progredir ao longo do tempo para a região da panturrilha. Nos estágios iniciais da insuficiência venosa crônica, o edema pode estar presente apenas no final do dia; no entanto, com o tempo, pode se tornar persistente ao longo do dia.

  •  Alterações da pigmentação da pele/dermatite: as alterações da pigmentação são inicialmente mais proeminentes no tornozelo, mas podem invadir o pé e a perna. A hiperpigmentação marrom e cinza-azulada na parte inferior da perna anterior é um achado comum. A pigmentação é devida à deposição de hemossiderina, que deriva do colapso dos glóbulos vermelhos extravasados através dos capilares danificados na derme.

Indivíduos com doença venosa funcional devido ao refluxo venoso são propensos a desenvolver dermatite de estase, que é um dos sinais dermatológicos mais comuns e precoces da insuficiência venosa crônica. A dermatite de estase é um processo inflamatório que se apresenta como uma erupção cutânea eczematosa caracterizada por prurido, eritema, descamação, erosões e crostas.

O prurido associado à pele seca e escamosa pode ser difícil de aliviar; escoriações estão frequentemente presentes secundárias ao arranhão e podem ser uma fonte de infecção da pele. Erupções cutâneas que imitam a dermatite nas pernas podem aparecer como manchas eczematosas em outros locais do corpo ou podem se apresentar como erupções cutâneas generalizadas.

  • Lipodermatosclerose: a insuficiência venosa crônica pode levar ao desenvolvimento de lipodermatosclerose, um endurecimento e hiperpigmentação da pele. À medida que o processo avança, a perna inteira pode se envolver circunferencialmente com extensão até a perna média em casos mais avançados.

  •  Ulceração venosa: a doença venosa crônica é uma causa comum de úlceras nos membros inferiores. Elas geralmente estão localizadas no tornozelo. Podem ocorrer mais proximalmente na perna se precipitados por trauma, mas nunca no antepé ou acima do nível do joelho. As úlceras podem ser múltiplas ou únicas e são delicadas, rasas, exsudativas e têm uma base de granulação. As bordas da úlcera são geralmente irregulares, mas não infectadas. Elas podem se estender circunferencialmente ao redor da perna se não forem tratadas.

Dr. Felipe Zoppas – Cirurgião Vascular | RQE 18305
Dr. Herton Lopes – Cirurgião Vascular | RQE 15286
Dr. Roberto Heck – Cirurgião Vascular | RQE 35545
Dr. Vinícius Lain – Cirurgião Vascular | RQE 20132/20232

Referência: ALGUIRE, Patrick C; MATHES, Barbara M. Clinical Manifestations of Lower Extremity Chronic Venous Disease. Uptodate, 12 mar. 2019. Disponível em: <https://www.uptodate.com/contents/clinical-manifestations-of-lower-extremity-chronic-venous-disease?search=%C3%BAlcera%20varicosa&topicRef=8270&source=see_link>. Acesso em: 06 set. 2019.

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A Clínica Vena é especializada no diagnóstico, tratamento e acompanhamento de patologias vasculares, como varizes, aneurismas, feridas, úlceras e pé diabético.

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