Endarterectomia X Angioplastia

Endarterectomia x angioplastia

Endarterectomia X Angioplastia

O tratamento voltado para lesões ateroscleróticas carotídeas pode ser benéfico para pacientes sintomáticos ou assintomáticos. De acordo com o Guideline da Sociedade Europeia de Cirurgia Vascular de 2017, os pacientes devem receber diferentes condutas de acordo com a cronologia dos sintomas.

Os AVC’s (Acidente Vascular Cerebral) podem ser rapidamente identificados pela sigla em inglês “FAST” (Face, arms, speech, time – em tradução livre, respectivamente: rosto, braços, fala e tempo). Durante o AVC, no rosto da pessoa, poderá ser notado caimento da comissura da boca, seus braços estarão sem força para serem levantados voluntariamente, a fala poderá estar arrastada e o fator tempo é crucial para a chance de reversão do quadro (Aproximadamente 4-5horas para iniciar trombolização).

Segundo o Guideline, um paciente que teve AVC recentemente (Menos de 6 meses) deve atentar para causas carotídeas, visto que passado esse prazo não é possível garantir que a causa do AVC tenha sido decorrente de um trombo na artéria carótida. Sintomas recentes de AVC dividem os pacientes em sintomáticos (Menos de 6 meses) e assintomáticos (Mais de 6 meses). Dessa maneira, as condutas tomarão rumos diferentes de acordo com o grau de estenose, ou seja, de estreitamento, da artéria carótida.

Os pacientes assintomáticos podem ser subdivididos em dois grupos: estenose de carótida entre 60-90% e estenose de carótida com menos de 60%. Essa será tratada clinicamente – controle da hipertensão, da diabetes, do fumo. Aquela poderá ainda ter dois rumos de acordo com 3 critérios que o médico deve se questionar: a expectativa de vida do meu paciente vai ultrapassar 5 anos? A área anatômica é favorável para cirurgia? O paciente terá maior risco de AVC se tratado clinicamente? Se a resposta para todas as perguntas for sim, a conduta sugerida é a endarterectomia – remoção cirúrgica da placa aterosclerótica que obstrui a passagem do sangue na artéria carótida – aliada ao tratamento clínico. Caso a somatória de respostas for não, o paciente não deve ser submetido a cirurgia, sendo indicado apenas o tratamento clínico.

Em contrapartida, os pacientes sintomáticos são divididos em 4 grupos. Os pacientes que receberão apenas tratamento clínico são aqueles que tiverem oclusão de carótida (Estenose de 100%) ou os que tiverem estenose menor que 50%. Caso a estenose esteja entre 50-69% a primeira conduta sugerida é a endarterectomia aliada ao tratamento clínico. E por fim, se a estenose se apresentar entre 70-99% o tratamento que deve ser feito é a endarterectomia, junto ao tratamento clínico.

A angioplastia – inserção de uma cânula com um pequeno balão na ponta, que se infla desobstruindo o vaso – deve ser considerada quando o paciente apresentar um pescoço hostil (Traqueostomia, irradiação prévia) ou quando apresentar comorbidades severas (Fração de ejeção menor que 25%). Independentemente da escolha de tratamento, o que deve pesar é o bem-estar do paciente e quanto o tratamento de escolha vai impactar na sua vida e dos seus familiares. 

Dr. Felipe Zoppas – Cirurgião Vascular | RQE 18305
Dr. Herton Lopes – Cirurgião Vascular | RQE 15286
Dr. Roberto Heck – Cirurgião Vascular | RQE 35545
Dr. Vinícius Lain – Cirurgião Vascular | RQE 20132/20232

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Management of Atherosclerotic Carotid and Vertebral Artery Disease: 2017 Clinical Practice Guidelines of the European Society for Vascular Surgery (ESVS). Writing Group, A. R. Naylor, J-B Ricco, G. J. de Borst, S. Debus, J. de Haro, A. Halliday, G. Hamilton, J. Kakisis, S. Kakkos, et al.

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Sobre o blog

A Clínica Vena é especializada no diagnóstico, tratamento e acompanhamento de patologias vasculares, como varizes, aneurismas, feridas, úlceras e pé diabético.

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