Uma das complicações mais comuns da glicemia alta, o pé diabético é uma das principais causas de amputações no país. Muitas vezes uma simples feridinha, no pé de um portador de diabetes, se transforma num problema sério.
O pé diabético acontece quando uma área machucada ou infeccionada nos pés desenvolve uma úlcera (ferida). Seu aparecimento acontece quando a circulação sanguínea é deficiente e os níveis de glicemia são mal controlados.
Mas por que, nesses casos, o corpo não cura uma ferida tão pequena? E por que é tão comum o machucado passar despercebido? O motivo está numa característica típica do diabetes descontrolado, a sobrecarga de açúcar no sangue, em boa parte dos episódios é acompanhada de muita gordura nos vasos, o que impede uma circulação saudável, tornando a regeneração dos tecidos muito mais lenta.
“Os altos níveis de glicose no sangue destroem a proteção do nervo. Assim ele fica mais vulnerável aos danos causados pelas mudanças de pH do sangue ou de temperatura.” explica o cirurgião vascular Dr. Felipe Zoppas.
Como perceber os sintomas?
Em qualquer momento que um paciente diabético, na maioria das vezes mal controlado, percebe uma anormalidade no seu pé, seja de sensação, temperatura, cor, deformidade dos ossos do pé ou tecidos dessa região, presença de inflamação ou infecção, estamos diante da possibilidade de um pé diabético.
Os sintomas mais frequentes são formigamentos e sensação de queimação (que tipicamente melhoram com exercício). A diminuição da sensibilidade pode aparecer como lesões traumáticas indolores. “Às vezes o diabético se machuca e não percebe. Essa lesão pode aumentar e infeccionar, comprometendo uma parte do pé permanentemente.” afirma o Dr. Herton Lopes, cirurgião vascular.
Como previnir?
Como a perda de sensibilidade faz parte da lista de possíveis complicações ocasionadas pelo diabetes, examinar cuidadosamente os pés diariamente é uma medida preventiva simples, porém muito eficaz. Esse cuidado com os pés ajuda a evitar infecções graves, reduzindo, assim, o risco de amputações.
Como tratar?
Qualquer ferimento nos pés deve ser tratado rapidamente para evitar complicações que possam levar à amputação do membro afetado. O tratamento do pé diabético é feito de acordo com o tipo de lesão no pé e a sua gravidade. Deve sempre ser orientado por um médico, mesmo quando o ferimento parece inofensivo, pois pode piorar rapidamente.
Assim, o tratamento pode envolver:
Antibióticos;
Pomadas antimicrobianas;
Controle da diabetes a partir de alterações da dieta e/ou do uso de medicamentos e de insulina;
Troca diaria do curativo da ferida, de acordo com orientação do médico ou do enfermeiro;
Evitar pressionar o local afetado, evitando usar sapatos fechados ou deixar o pé na mesma posição por muito tempo.
“Nos casos mais graves, o pé diabético leva a necrose de algumas áreas da pele, sendo necessário fazer uma cirurgia para retirar a região afetada e favorecer a cicatrização. No entanto, quando a ferida não é detectada logo ou quando o paciente não cumpre o tratamento adequadamente, pode ser necessário amputar o pé ou parte do pé.” esclarece o Dr. Vinicius Lain, cirurgião vascular.
Para evitar chegar a estes estágios, os diabéticos devem levar a sério os cuidados preventivos, desde o controle rigoroso de glicose até a higiene dos pés. Cuide-se!
Dr. Felipe Zoppas – Cirurgião Vascular | RQE 18305
Dr. Herton Lopes – Cirurgião Vascular | RQE 15286
Dr. Roberto Heck – Cirurgião Vascular | RQE 35545
Dr. Vinícius Lain – Cirurgião Vascular | RQE 20132/20232