O tratamento endovascular do AAA (Endovascular Abdominal Aortic Aneurysm Repair – EVAR) é a forma preferida de tratamento para o AAA porque é menos invasiva do que a cirurgia aberta. Bem consolidado na literatura médica, ele reduz a mortalidade operatória e melhora os resultados cirúrgicos.
O acometimento isolado da aorta torácica denomina-se Aneurisma de aorta torácica, quedado atinge a aorta abdominal, chama-se Aneurisma de Aorta Abdominal (AAA). Aneurismas toracoscópica-abdominais são aqueles que englobam artérias viscerais, em vários graus.
No tratamento, é colocada uma endoprótese para reforçar a parede da aorta e para ajudar a impedir que a área lesionada se rompa. O procedimento consiste na punção da artéria femoral em região inguinal, acesso ao aneurisma através de um fio guia e liberação da endoprótese no interior da aorta, no local do aneurisma [1].
Tanto os tratamentos de aorta torácica ou abdominal exigem uma distância das artérias viscerais, o que chamamos de colo do aneurismas. É no colo que a prótese é ancorada. Entretanto, alguns pacientes possuem aneurismas muito próximos dos ramos viscerais, ou ainda envolvendo eles. A esses aneurismas denominamos Aneurismas Toraco-abdominais, isto é, estender-se do tórax ao abdome, incluindo os ramos viscerais. Essa condição faz com que não seja possível a colocação de um dispositivo (endoprótese) simples tanto em tórax quanto em abdome.
Para tanto, foram desenvolvidas endopróteses ramificadas! Esses ramos são como comunicações da endoprótese ao saco aneurismático. Nessas comunicações são colocados stents revestidos que direcionam o fluxo aos ramos viscerais, sejam elas tronco celíaco, mesentérica superior e/ou artérias renais. Essa evolução permite que ainda mais pacientes possam ter seus aneurismas tratados de forma menos invasiva, com menos sequelas pós-operatória.
Apesar do notável progresso tecnológico, a endoprótese ideal ainda não foi obtida, persistindo limitações técnicas do procedimento percutâneo que são inerentes à variação da anatomia local, impedindo a adequada exclusão do aneurisma. [2]
Por isso o avanço é contínuo. A literatura médica embasa a menor mortalidade perioperatória desses dispositivos e oferece aos cirurgiões vasculares muitas opções para tratar essa doença que tem uma mortalidade bastante elevada, mas vem reduzindo nos últimos anos, com as mais variadas formas de tratamento avançado.
Dr. Felipe Zoppas – Cirurgião Vascular | RQE 18305
Dr. Herton Lopes – Cirurgião Vascular | RQE 15286
Dr. Roberto Heck – Cirurgião Vascular | RQE 35545
Dr. Vinícius Lain – Cirurgião Vascular | RQE 20132/20232
Referências:
[1] Diretriz Brasileira para o tratamento do Aneurisma de Aorta Abdominal, 2017. Disponível em:<http://conitec.gov.br/images/Relatorios/2017/Relatorio_Diretriz_AneurismaAortaAbdominal_final.pdf>
[2] METZGER, Patrick Bastos; NOVERO, Eduardo Rafael; ROSSI, Fabio Henrique; MOREIRA, Samuel Martins; BARBATO, Heraldo Antônio; IZUKAWA, Nilo Mitsuru; DE MARCO, Vanessa Luciene Abreu; CANO, Manoel Nicolas; KAMBARA, Antonio Massamitsu, Tratamento endovascular dos aneurismas da aorta abdominal com anatomia complexa: resultados preliminares com a segunda geração de endoprótese com arcabouço metálico circular, 2012. Disponível em: <https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S2179-83972012000100014&script=sci_arttext>