Ainda não disseminado no Brasil, a termoablacao da veia safena com laser ou radiofrequencia ocupa lugar de primeira escolha em guidelines europeus e americanos.
O tratamento para as varizes varia de acordo com a veia a ser tratada. Uma das opções menos invasiva é a terapia radiofrequência, um procedimento bem tolerado, com menos complicações e de bons resultados clínicos.
Como funciona?
A tecnologia consiste na destruição térmica dos tecidos venosos doentes. Originalmente era feito através energia elétrica que era convertida em calor para produzir danos irreversíveis às varizes. Já o sistema mais novo, fornece energia infravermelha sob as paredes dos vasos, por meio de um cateter de radiofrequência. Essa energia mantém o cateter em uma temperatura de 120°C, fazendo com que a parede da veia se encolha. Dessa forma, causa melhora na drenagem venosa, aliviando sintomas e prevenindo complicações da doença.
E após o procedimento?
É importante que se tenha os devidos cuidados de acompanhamento após a realização dessa técnica. Para isso, é fundamental a utilização de meias compressoras. Elas reduzem o aparecimento de hematomas, sensibilidade pós-operatório e a possibilidade do surgimento de trombos venosos tanto na perna tratada, quanto na não tratada.
Além disso, deve-se evitar o repouso na cama e o levantamento de objetos pesados. A atividade normal é incentivada. Por fim, o acompanhamento com seu médico vascular é imprescindível para o monitoramento da evolução e resultados advindos do procedimento.
Há complicações?
O surgimento de complicações é raro, mas pode existir. Entre elas há o aparecimento da parestesia (sensação de formigamento) local, devido a lesão de um nervo perivenoso, mas que normalmente desaparece aos poucos. Em ensaios clínicos foram relatadas lesões quando o anestésico não era suficiente. Trombos superficiais podem surgir se a compressão não for utilizada.
Que resultados esperar?
Os resultados costumam mostrar uma alta taxa de sucesso: 90%. A eficácia geral e a menor morbidade podem substituir a remoção cirúrgica, sendo a taxa de recorrência subsequente muito baixa, até 10 anos após o tratamento. Além disso, o tempo de inatividade após o procedimento é mínimo, possibilitando o retorno mais rápido a rotina normal.
Dr. Felipe Zoppas – Cirurgião Vascular | RQE 18305
Dr. Herton Lopes – Cirurgião Vascular | RQE 15286
Dr. Roberto Heck – Cirurgião Vascular | RQE 35545
Dr. Vinícius Lain – Cirurgião Vascular | RQE 20132/20232
Bibliografia
Radiofrequency ablation therapy for varicose veins, Medscape, 2018.
Varizes, Sociedade Brasileira de Cirurgia Vascular, 2019. Disponível em: https://www.sbacv.org.br/artigos/medicos/varizes Acesso em: 22/09/2019