Os tecidos novos após uma lesão na pele, chamados de cicatrizes, podem ser esteticamente desagradáveis e representar um desafio para tratamento. As opções disponíveis são muitas, variando desde as não-invasivas, como terapia tópica, a outras mais invasivas como a excisão de cicatriz. Embora existam vários tratamentos, nenhum é perfeito. É necessário entender que o melhor resultado pode exigir vários tratamentos e que, inicialmente, pouca melhora pode ser notada em relação à deformidade preexistente. Muitas vezes, nenhum tratamento pode ser o melhor se as expectativas não puderem ser atendidas ou se a cicatriz resultante não puder ser razoavelmente melhorada.
Outros fatos também muito importante são: a localização, o comprometimento funcional das cicatrizes (como em queimados) e a probabilidade de comprometimento da função após a revisão da cicatriz (como o aumento de tensão e a diminuição do movimento).
Como prevenir?
– Proporcionar alívio da tensão, evitando a movimentação do local da ferida
– Hidratação da ferida (hidratantes tópicos, curativos retentores de umidade, como géis ou lençóis de silicone),
– Oclusão da ferida com peças de pressão
– Evitar a luz solar ultravioleta, utilizando filtro solares.
O que pode gerar complicações no processo de cicatrização?
– Histórico de diabetes mellitus concomitante ou outras condições de circulação microvascular comprometida. Pacientes assim correm um risco maior de uma cicatrização complicada após os procedimentos ou traumas que gerem lesão. – – Tabagismo. Os tabagistas são particularmente propensos a necrose da cicatriz e descamação da pele, devido aos efeitos constritores microvasculares da nicotina. A interrupção do cigarro por 4 semanas antes e após a cirurgia e a assistência de um profissional versado em terapias anti-tabagismo bio-comportamentais e farmacológicas aumentam a probabilidade de sucesso reconstrutivo futuro.
– Deficiência severa de vitaminas ou proteínas resultam em um processo cicatricial prejudicado. As principais vitaminas envolvidas na cicatrização de feridas são as vitaminas C, A e E.
Quais são as opções de tratamento?
As técnicas não-cirúrgicas para revisão de cicatrizes incluem:
– Aplicações tópicas no tecido cicatricial: por meio do uso de produtos como géis ou lençóis de silicone, cremes ou pomadas. Esses também auxiliam na prevenção de cicatrizes elevadas e salientes (queloides).
– Materiais injetados na lesão: quando não há boa resposta com as aplicações tópicas, pode ser feito injeções nas lesões com corticosteroides e uma substancia chamada de 5-fluorouracil. As injeções permitem maior penetração na cicatriz pelo agente terapêutico e entrega de maiores concentrações no local de lesão.
– Crioterapia: é limitada a pequenas cicatrizes, devido à necessidade de tratamentos repetidos, tempo de cicatrização prolongado, potencial de pigmentação permanente, atrofia da pele e dor.
– Laserterapia: uma ferramenta importante para o tratamento primário de cicatrizes.
– Aumento de tecidos moles: cicatrizes deprimidas podem ser preenchidas com gordura autóloga, colágeno bovino ou preenchimentos sintéticos.
– Coloração envolvendo maquiagem ou tatuagem.
No entanto, para resultados a longo prazo, a intervenção cirúrgica é frequentemente a opção melhor. Os tratamentos cirúrgicos incluem excisão de cicatriz fusiforme, excisão parcial ou total, enxerto de pele e retalhos pediculados ou livres
Cada uma dessas modalidades tem suas vantagens e desvantagens, e muitas vezes mais de uma técnica é usada para auxiliar na obtenção de um resultado mais esteticamente agradável. Procure seu médico para avaliação da cicatriz e recomendação do tratamento mais adequado para seu caso.
Dr. Felipe Zoppas – Cirurgião Vascular | RQE 18305
Dr. Herton Lopes – Cirurgião Vascular | RQE 15286
Dr. Roberto Heck – Cirurgião Vascular | RQE 35545
Dr. Vinícius Lain – Cirurgião Vascular | RQE 20132/20232
Bibliografia
Scar Revision, Medscape, 2017